Liga das Associações Mutualistas do Porto

 

O curso Cirurgia de Terceiros Molares e Regeneração Tecidual Guiada decorreu nos dias 22 de maio, 12 de junho e 3 de julho, na Liga das Associações Mutualistas do Porto, pela mão do médico dentista Pedro Barroso Moreira e do médico estomatologista Tiago Fonseca.

Recentemente levaram a cabo o curso Cirurgia de Terceiros Molares e Regeneração Tecidual Guiada, que se desenvolveu em 3 módulos. Como correu esta primeira edição e qual o feedback dos participantes?

Esta primeira edição do curso correu dentro do expectável. Reuniu uma grande procura e rapidamente as vagas disponíveis ficaram preenchidas. Trata-se de uma formação inovadora, pois reunimos num mesmo curso diferentes aspetos da cirurgia regenerativa, combinamos a utilização da fibrina rica em plaquetas e leucócitos (Leucocyte-Platelet Rich Fibrin, L-PRF), promovendo a reparação tecidular, modulação da inflamação e aceleração de todo o processo de cicatrização, determinante para o sucesso de diversas técnicas na área da cirurgia oral, nomeadamente na cirurgia de terceiros molares. Ao longo deste curso fomos assistindo a uma trajetória crescente na assimilação dos conhecimentos pelos formandos. Os participantes saíram mais determinados, atualizaram e aprimoraram as suas competências na cirurgia de terceiros molares, todos eles com uma real noção e confiança do que podem esperar nas suas práticas clínicas diárias.

Como foi a taxa de adesão?

Tivemos vários interessados, médicos dentistas e um estomatologista. Mas estávamos com alguma apreensão pela pandemia, sobretudo pelo receio por parte dos doentes, pelo facto de se tratar de uma primeira edição, sem histórico para apresentar aos candidatos e por um dos módulos calhar num mês excecional em feriados. Mas também devemos dizer que fomos algo afortunados… Havíamos já saído da 3ª vaga e estávamos em fase descendente de contágios. Também porque tínhamos – temos – o currículo a nosso favor e contactos que já nos conheciam e porque conseguimos angariar bastantes apoios comerciais. Uma das candidatas acabou por ter um imprevisto, fazendo com que não conseguisse comparecer. Não fosse o caso, teríamos tido 100% de adesão, o preenchimento das 6 vagas. Mas também queríamos avançar antes do verão…

Na antevisão do curso, explicavam que iriam aliar a formação teórica à prática clínica. Falem-me da estrutura e de todos os procedimentos pelos quais passaram os formandos? Correu tudo como previam?

O principal objetivo da cirurgia moderna é obter um baixo nível de invasividade e uma alta taxa de regeneração. Nos três módulos do curso, os formandos tiveram a oportunidade de combinar técnicas de extração com métodos de regeneração. Em pequenos grupos, todos os formandos vivenciaram na sua globalidade uma atividade clínica de atendimento personalizado ao doente assentando no mote “A formação que aposta na diferenciação!”. Aliámos a formação teórica à prática clínica, com o desenvolvimento de autonomia crescente relativa ao planeamento e remoção minimamente invasiva de terceiros molares, complementada com o conhecimento das mais-valias associadas à regeneração tecidual com o uso de um material natural e biocompatível como é o L-PRF.

No final, o que é suposto o formando aprender? Que competências são adquiridas com este curso?

Este é um curso facilitador… Todos temos a convicção que não é pela frequência de um total de 24 (3 x 8) horas de formação, teórica e prática, quer em cirurgia de terceiros molares, quer em regeneração tecidual guiada, que alguém passa a ser totalmente competente em realizar a extração cirúrgica de um qualquer dente do siso ou a ser perfeitamente hábil na confeção de material de regeneração, a partir da colheita de sangue venoso. Todos temos a noção que estas matérias são abordadas na formação pré-graduada (pelo menos a da cirurgia) e que o curso não é propriamente para quem se queira iniciar (pelo menos na componente cirúrgica). Mas é, sim, uma formação que revê conceitos basilares, de forma muito focada, com aportes extremamente práticos, de quem já conhece a sistematização e os “truques”. Em resumo, é uma “alavancagem” significativa.

Tencionam dar continuidade a esta abordagem com a realização de outros cursos?

Finalizado este curso e tendo em conta a procura que tivemos, bem como um feedback muito positivo de todos os participantes, encontramo-nos em ponderação para a abertura de uma 2ª edição”. E em edições futuras pretendemos continuar a trabalhar em prol da diferenciação e tencionamos desenvolver novos cursos na área da cirurgia e implantologia oral.

Este curso decorreu no Porto. Para quando em Lisboa?

A expansão é sempre apetecível, mas, pelo menos num futuro próximo, a deslocalização não está perspetivada. Atualmente, e cada vez mais, as viagens são relativamente fáceis. Não cremos que uma formação na “capital do Norte” seja significativamente limitadora. Apenas um parêntesis: tivemos um formando de Torres Vedras… e outro de Paris! E dos 17 restantes contactos a demonstrar interesse no curso (antes, durante ou já depois desta edição), duas dessas pessoas encontram-se no estrangeiro. O acolhimento e o esquema montado na Liga das Associações Mutualistas do Porto foram muito bons: reconhecemos e estimamos. Mas, lá está, ponderando sempre o formato e as vantagens e as desvantagens – e a relação custo-benefício subsequente – não podemos dizer “não” a uma eventual edição em Lisboa… ou até no Algarve! Quem sabe?!